Por: Ronaldo José Damaceno | O amor pela Excelência
Você vive sua vida ou apenas deixa ela te levar? Descubra como superei desafios, reencontrei meu propósito e retomei o controle da minha jornada.
Há momentos na vida em que perdemos o ritmo, deixamos de ser os protagonistas da nossa história e passamos a ser meros passageiros, levados pelos ventos das circunstâncias. Foi assim que, em um dia aparentemente comum, percebi que algo dentro de mim havia mudado.
Acordei sem vontade de trabalhar. Perdi dois ônibus, mas o terceiro veio rapidamente. Decidi mudar meu trajeto e caminhar um pouco mais. Meus pés e pernas doíam, mas algo dentro de mim dizia que eu precisava dessa caminhada, que precisava pensar.
Foi então que a primeira pergunta surgiu em minha mente: “Deus, você me esqueceu?” E, como se fosse uma resposta imediata, outro pensamento veio: “Você esqueceu dele primeiro. Só lembrou quando começou a perder o controle da sua vida.”
Aquela resposta ecoou fundo. Olhei ao redor e vi uma rua na qual nunca havia passado antes. Era calma, com calçadas largas, árvores enormes formando alamedas e bancos convidativos para um descanso. Mas, dentro de mim, resisti à ideia de parar. Sentia que precisava continuar andando.
Quem está no controle?
Foi então que outra pergunta me atingiu em cheio: “Você vive a vida ou deixa ela te levar?” Imediatamente, as músicas “Deixa a Vida Me Levar”, do Zeca Pagodinho, e “Viver”, do Gonzaguinha, vieram à minha mente. Cantando mentalmente suas letras, percebi a verdade: eu estava deixando a vida me levar.
Deixei, em algum momento, de ser o condutor da minha própria jornada. Mas isso não combinava comigo. Não combinava com o que faço, com o que prego, com a minha essência.
Lembrei de onde vim, do jovem que saiu de Mococa com apenas duas calças, quatro camisetas, um violão e um colchonete, sonhando em gravar um disco e construir uma carreira de sucesso. Eu acreditava que éramos nós que fazíamos o nosso destino. Então, como cheguei a esse ponto?
O Peso da Perda e o Loop da Estagnação
A resposta veio como um golpe: a morte do meu pai. A tristeza, a frustração, a raiva, a dor de não ter tido a chance de me despedir, a culpa por não ter ido ao enterro… tudo isso ficou guardado, escondido, engolido pelo ritmo frenético do trabalho. Não me permiti viver o luto.
Logo depois, minha mãe adoeceu. E, como filho único, precisei parar tudo para cuidar dela. Ali, minha vida ficou em suspenso.
De repente, me vi aceitando as circunstâncias, sem questionar, sem reagir. Entrei no automático. Passei a ignorar os pequenos sinais, a descuidar de mim mesmo, a perder a paciência com facilidade. Era como se eu visse o abismo se aproximando, mas estivesse paralisado, sem forças para reagir.
O Chamado para Retomar o Controle
A resposta que pedi a Deus não veio com milagres ou sinais grandiosos. Veio na forma dessa caminhada.
Percebi que não foi Ele quem me esqueceu. Fui eu que parei de lutar. A vida virou apenas paisagem. Sem perceber, comecei a reproduzir os comportamentos e crenças que sempre combati.
Mas ali, no meio daquela caminhada aparentemente simples, encontrei o caminho de volta. Lembrei do que amo, do que defendo, do que me move.
O amor pela excelência, o efeito miojo, as palavras com quem me casei, a jornada do cliente e do sucesso, e a música como harmonia na gestão. Tudo isso voltou com força total.
Estou renovado, incentivado e entusiasmado. Estou pronto para mostrar como é possível sair do vale das sombras e retomar as rédeas da própria vida.
Se há algo que aprendi nesse processo, é que o amor é fundamental, a fé realiza milagres, e a crença em si mesmo abre caminho para que Deus faça a parte d’Ele.
Essa foi a conclusão da minha caminhada forçada e da minha conversa com Deus. E você? Está vivendo sua vida ou apenas deixando ela te levar?
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